quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O meu primeiro cozinhado Japonês

Ahh pois é, quem me viu e quem me vê! No outro dia assim do nada fiz um bolo e uma arroz de marisco, depois também vieram as sopas ... nota-se que por aqui não há 4Salti e Douradinhos, não?

Dois motivos me levaram a começar a aventurar-me no mundo da culinária japonesa, um é o livro que ando a ler: "As mulheres japonesas não engordam nem envelhecem" claro que isto não é bem assim, mas o que esta publicação me deu a conhecer foi os benefícios da culinária japonesa feita em casa, onde predominam os produtos frescos, nomeadamente os vegetais e peixe, mas também carne, e já cá faltavam talvez dois dos pilares mais importantes desta cozinha, o ARROZ e o chá. Ponho arroz em grande destaque pois, é raro ver-se uma refeição japonesa sem este. Só para verem a importância, aqui o nome das refeições, é tipo: Arroz da manhã, Arroz da tarde, etc....
Sim leram bem, arroz da manhã!!!! Actualmente os pequenos almoços já estão muito ocidentalizados, mas o pequeno almoço tradicional, e ainda seguido por muitas famílias quanto mais não seja aos fins de semana, pode consistir em: Arroz, Sopa de Miso, uma pequena posta de peixe frito, uma poção de omolete (Tamago), algas, etc ..ahh, e chá verde, claro!!!

Bem, voltando ao assunto inicial, um outro motivo que me levou a cozinhar, foi o facto da minha amiga Taeko, quando veio cá a casa, em vez de ter trazido uma garrafa de vinho, ter me oferecido um pouco do seu Miso e Dashi, feitos em casa. Bem, talvez nem para todos estes nomes são tão vulgares, daí fazer uma muuuuito breve explicação:
Miso: Pasta fermentada de soja com arroz ou trigo
Dashi: Flocos de peixe seco, com os quais se faz um caldo.

Resultado, fiz uma Sopinha de Miso com cebolinho e uma receita japonesa de bifes com cebola servidos numa taça de arroz ( E ainda acham que a cozinha japonesa é só sushi!!). Para entrada Ebi Mayo, como quem diz cocktail de camarão, também famoso por estas bandas.


Mas nem tudo são rosas, a população japonesa cozinha muito bem, e também imita muito bem, as comidas menos saudáveis do Ocidente, logo muitas vezes caimos numas tentações:


Padarias



Mr.Donuts

Mega Gelados


Bem, espero vos ter posto de água na boca ....

Atá breve (espero!!)

7 comentários:

Anónimo disse...

Rosarinho, "as mulheres japonesas não engordam nem envelhessem" - "Usouuuu" (Mentiraaaaa). Mas, de facto os asiáticos engordam menos que os brancos. E as asiáticas depois dos partos também não alargam as ancas como as brancas, é espantoso!

Sabe que o arroz produzido em Portugal é "japonica", a mesma variedade do japonês. Trata-se do arroz carolino, cujo consumo tem diminuido em detrimento do agulha que é importado. Por isso, os produtores protestam dizendo que não defendemos o que é nosso (na realidade trazido do Japão há 450 anos) e que os pratos tradicionais portugueses (e o arroz doce) vão perdendo as características verdadeiras.

Mas se os portugueses se admirarem da quantidade de arroz que os japoneses comem, então o que não dirão os outros europeus?! É que os portugueses são os maiores consumidores de arroz da Europa, comendo per capita 3 vezes mais arroz do que os espanhois, que são os segundos.

E já que falou do chá, permita-me ainda uma nota curiosa. Português é a única língua em que a palavra chá deriva do japonês. Nas outras línguas deriva do mandarim: Tea, Thé, Té, Tee, etc. Algumas palavras de origem japonesa: Chávena (vem de chawan), Biombo, Catana, mas a mais engraçada de todas é Sacana.

Sacana é “peixe” em japonês e foi a alcunha que demos aos japoneses quando aqui chegamos, porque os japoneses comem muito peixe e crú, o que admirou os portugueses. Tal como fizemos em tantas partes do mundo, havia incentivo á miscegenação e, aqui, também assim foi. As relações pessoais entre portugueses e japoneses (particularmente japonesas) era forte e afectiva. Por isso, quando os portugueses (por culpa da política guerreira espanhola, de quem dependiamos em 1639) foram expulsos (e para sempre!, de facto até aos finais do séc. XIX) nem queriam acreditar. Era uma traição, pareciam amigos e não eram, não se esperava, foram falsos, magoaram-nos. Tornou-se este o sentido de “sacana”, a alcunha!

Eu que adoro o humor, faço-lhe sempre posts tão sérios e longos...

Antonio Burnay

Anónimo disse...

Que vergonha, escrevi "envelhessem" e não "envelhecem" como devia ser. Estes emigrantes vão esquecendo a língua pátria...

Porque será que sou tão maçador?...

Antonio Burnay

Anónimo disse...

Ah e esqueci-me que dizer que no mundo inteiro só o Japão e Portugal (penso eu) produzem arroz da mesma variedade (o tratamento após a colheita é que é ligeiramente diferente).

Bolas, sou mesmo chato...

(Idjou desu - não digo mais nada!)

Antonio Burnay

Rosarinho disse...

Hummm, quanto aos erros ortográficos e gramaticais, nem diz nada, tenho muitas línguas na cabeça, e também lhe digo que antes de vir para aqui vivi uns tempos em Bruxelas, onde também se falam duas línguas. São demasiados inputs 
Graças a Deus trabalhava em Inglês, menos mal! Mas claro que não me serve de grande desculpa, sei que devia estar mais atenta, pois parecendo que não, ainda há algumas pessoas que visitam o meu blog.
Adoro sempre os seus comentários António, estou sempre a aprender. Se estou aqui à maia dúzia de meses e já me sinto (quase) embrenhada nesta cultura, nem imagino qual a sensação de viver dentro de uma família japonesa, como depreendo que vive.

Estou impressionada quanto ao arroz, não sabia que era o mesmo tipo, mas este parece-me mais pegajoso, o que lhes facilita muito a vida, pois comer arroz agulha com pauzinhos, não é tão fácil.

Bem, aqui me fico, se tiver alguma sugestão de leitura, sobre hábitos e cultura japonesa, ou até mesmo história, é sempre bem vindo.

Até à próxima

Angelo disse...

Pois fico muito contente com este teu post, sim senhor! E bom que o mundo saiba que a culinaria japonesa nao se resume ao sushi! Ha tantas coisinhas das boas! UI! Tenpura... Okonomiyaki... E gostei muito da historia do arroz e do cha, que o Antonio referiu (e ainda lhe devo uma resposta! Sumimasen!).

E nem me fales em nao engordar ou envelhecer que eu ate fico deprimido! AH AH!

Parabens pela aventura gastronomica!

Anónimo disse...

A variedade de arroz produzido no Japão e em Portugal é igual: japónica. Isto é certo! Depois vem a forma de descasque, lavagem e secagem. Aqui a explicação não é certa porque eu percebo pouco disso. Então porque é que me ponho aqui a falar do que não sei? também não sei, mas é uma vergonha!... Eu diria que o arroz japonês sofre menos tratamentos (é mais integral?) que o português. Uma coisa é certa, eles cozem-nos durante mais tempo do que em Portugal. De facto, o arroz japonês fica mais gomoso (também não leva sal nem nada, é só arroz e água), mas já viu a trabalheira para comê-lo com os pauzinhos se não fosse gomoso?

Eu gosto imenso deste arroz japonês e como muito. Todavia, diz-se que este arroz, ou um elemento dele, é cancerígeno. Isto são tudo especulações, não se sabe o que é o cancro e todos vamos morrer um dia de alguma maneira. Mas é um facto que os japoneses, que são um povo saudável e com a vida mais longa no planeta, têm das maiores taxas de incidência de cancro do estômago do mundo.

Sim, a minha mulher é japonesa. Pode imaginar o sofrimento dela. Eu "obrigo" a Rosarinho a ler um post destes de vez em quando ( e se eu fosse um "homenzinho" até devia contribuir para a despesa dos comprimidos para dor de cabeça que, por minha culpa, seguramente tem que tomar). Agora no caso da minha mulher, a frequência é incomparavelmente maior, é directo e em japonês (mesmo que ela não perceba nada do que eu estou a dizer, o que não é raro, a duracell resiste). Coitadinha(s)!
...

Antonio Burnay

Rosarinho disse...

Aahahah ...dores de cabeça nem pensar!! E aqui por casa a Duracell sou eu, tenho dias que é só descarregar. Acho mesmo que uma coisa que o blog me ajuda, é a descarregar um bocadinho, assim tenho a sensação que converso com muita gente ao mesmo tempo.( Isto não quer dizer que quando apanho algúem pela frente ou ao telefone, não vá ainda a maiores detalhes ..eheh)
O António, que deve ter tanta experiência, devia também escrever num blog, ou um livro. Nunca pensou nisso?
Fica aqui o repto!